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Dia Internacional da Mulher: mais que comemorar; denunciar

Copenhague (Dinamarca), 1910. 8º Congresso da Internacional Socialista: na frente, Alexandra Kollontai e Clara Zetkin

Mais do que comemorar, neste Dia Internacional da Mulher (8 de Março), é preciso denunciar as desigualdades impostas à mulher, pelo simples fato de ser mulher. No Brasil os números saltam aos olhos e precisam ser denunciados, a fim de mudar esses fatos que comprometem o desenvolvimento do País.

A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. A cada 5 minutos uma mulher é agredida no Brasil. Uma mulher é morta a cada 2 horas no Brasil.

Durante o Carnaval no Rio de Janeiro, uma mulher foi agredida a cada 3 minutos.

Homicídio de mulheres negras aumentou 54% em 10 anos. 89% das vítimas de estupro no Brasil são do sexo feminino. Do total, 70% são crianças e adolescentes. Em metade das ocorrências envolvendo crianças, há um histórico de estupros anteriores. 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou amigos/conhecidos da vítima.

91% dos homens dizem considerar que “bater em mulher é errado em qualquer situação”. (FPA/Sesc, 2010)
O parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais 80% dos casos de denúncia de agressão.
3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos.

6 em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica.

94% conhecem a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% sabem seu conteúdo. A maioria das pessoas (60%) pensa que, ao ser denunciado, o agressor vai preso.

52% acham que juízes e policiais desqualificam o problema.

O Brasil tem mais de 5.550 municípios e apenas:
– 497 delegacias especializadas de atendimento à mulher e 160 núcleos especializados dentro de distritos policiais comuns;
– 235 centros de referência especializados (atenção social, psicológica e orientação jurídica);
– 72 casas abrigo;
– 91 juizados/varas especializadas em violência doméstica;
– 59 núcleos especializados da Defensoria Pública; e
– 9 núcleos especializados do Ministério Público.

História

Para muitos, o 8 de Março é apenas um dia para dar flores e fazer homenagens às mulheres. Mas diferentemente de diversas outras datas comemorativas, esta não foi criada pelo comércio. Trata-se, pois, pelo origem histórica e de luta, de uma data operária.
Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o chamado Dia Internacional da Mulher era celebrado muito tempo antes, desde o início do século 20. E se hoje a data é lembrada como um pedido de igualdade de gênero e com protestos ao redor do mundo, no passado nasceu principalmente de uma raiz trabalhista.

Foram as mulheres das fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa que começaram uma campanha dentro do movimento socialista para reivindicar seus direitos — as condições de trabalho delas eram ainda piores do que as dos homens à época.

A origem da data escolhida para celebrar as mulheres tem algumas explicações históricas. No Brasil, é muito comum relacioná-la ao incêndio ocorrido em 25 de março de 1911 na Companhia de Blusas Triangle, quando 146 trabalhadores morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens (a maioria judeus).

No entanto, há registros anteriores a essa data que trazem referências à reivindicação de mulheres para que houvesse um momento dedicado às suas causas dentro do movimento de trabalhadores.

As origens

Se fosse possível fazer uma linha do tempo dos primeiros “dias das mulheres” que surgiram no mundo, ela começaria possivelmente com a grande passeata das mulheres em 26 de fevereiro de 1909, em Nova York.

Naquele dia, cerca de 15 mil mulheres marcharam nas ruas da cidade por melhores condições de trabalho — na época, as jornadas para elas poderiam chegar a 16h por dia, 6 dias por semana e, não raro, incluíam também os domingos. Ali teria sido celebrado pela primeira vez o “Dia Nacional da Mulher”.

Enquanto isso, na Europa também crescia o movimento nas fábricas. Em agosto de 1910, a alemã Clara Zetkin propôs em reunião da 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas a criação de uma jornada de manifestações. (Fontes: Ventre Feminista, os dados são da Secretaria de Políticas para as Mulheres e Pesquisa Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – DataSenado, 2015 e BBC Brasil)

Fonte: Diap – 09/03/2018

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