Artigos

Mídia, com Papa, rearticula hegemonia

joao-franzin

João Franzin é jornalista
e assessor sindical

*Por João Franzin…………………………………………………………………………………………………..

O poder pensa.

Foi, portanto, de forma pensada que as Organizações Globo (Organizações Veja, Organizações Folha etc.), ou seja, a grande mídia, cobriram a visita do papa Francisco. O objetivo, pensado, era transformar a jornada papal num grande fato religioso, político e midiático. O objetivo foi plenamente atingido, se considerarmos, por exemplo, os milhões de devotos (e curiosos) no ato gigantesco em Copacabana; o espaço na mídia impressa; o tempo em rádios e TVs; e a unificação do discurso repetido – papa simples, papa humilde, papa fraterno, papa amigo dos jovens.

Como pensa, e sabe que as instituições políticas estão na maré baixa e os governantes vivem fase de desgaste, a grande mídia trabalhou com a ideia de construir um líder, acenando com o conselho:
– olha, na política está tudo ruim, a corrupção é sistêmica, o modelo de sociedade esgotou-se; sendo assim, procure abrigo no sagrado, é a única solução.

Mas a mídia sabia que havia um risco. O de que, por problemas operacionais, acontecessem incidentes inclusive de segurança. Por isso, mesmo fazendo um discurso ufanista, os textos e reportagens sempre operavam com um, digamos, subtexto, para, no caso de problema mais sério, dizer:
– bem que alertamos, bem que indicamos precariedades. Para depois concluir: País assim não pode sediar Copa do Mundo e Olimpíada. Como não ocorreram coisas mais graves, esse subtexto ficou nas entrelinhas, sem subir para as manchetes.

Ninguém, nem o Vaticano (que claudica entre tantos problemas sexuais e econômicos), jogou tamanho peso na 

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo

Bloqueador detectado

Detectamos que seu navegador tem bloqueador de anúncios. Desative neste site para ver os anúncios de seu interesse