CSB e centrais organizam agenda de mobilizações pela queda dos juros e retomada do desenvolvimento
As seis centrais sindicais se reuniram no Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na última quarta-feira, 13, para debater a pauta de reivindicações da agenda trabalhista para o segundo semestre de 2016. A CSB foi representada por Alvaro Egea, secretário-geral da Entidade. Participaram também da reunião a CTB, UGT, CUT, Força Sindical, Nova Central e representantes do Dieese.
Os principais itens da pauta aprovada pelos representantes das centrais sindicais são a queda dos juros, redução da inflação, geração de emprego, retomada do crescimento, industrialização do País e garantia dos direitos previdenciários. Outros temas que entraram nas bandeiras de luta do movimento sindical são a aprovação das Convenções 151 (direito de greve e negociação coletiva no serviço público) e 158 (contra demissões imotivadas), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e a licença-maternidade de 180 dias.
Segundo Alvaro Egea, existe a urgência do País adotar políticas de fortalecimento do mercado interno para incremento dos níveis de consumo, de emprego, renda e direitos sociais. “Nós nos reunimos para retomar a pauta trabalhista e as mobilizações nacionais em defesa do desenvolvimento econômico e da queda dos juros. Nós queremos políticas que incentivem a geração de emprego, a redução da inflação e a industrialização. O brasileiro já está maduro o suficiente para saber que esse papo de retirar direitos trabalhistas para gerar emprego não é verdade, por isso queremos medidas eficazes que garantam redução do desemprego e o crescimento econômico”, disse.
As centrais sindicais também propõem como medida para retomada do crescimento a aplicação de acordos de leniência para as empresas investigadas pela Operação Lava Jato para que elas voltem a operar, mantendo ou retomando os níveis de emprego que caíram desde que começaram as investigações. Os dirigentes querem que a corrupção seja investigada e os responsáveis punidos, mas que as empresas e os empregos sejam preservados.
A desindustrialização e a necessidade de se investir em tecnologia nacional também foram pontos destacados pelas entidades durante a reunião. “O Brasil é um país em construção e só vai crescer se houver a retomada do desenvolvimento. Entramos em um círculo perverso, as empresas não contratam novos trabalhadores e também demitem. Com isso, a população não consome; como consequência, mais desemprego. Precisamos investir na industrialização brasileira focando na indústria nacional”, avaliou Egea.
Durante a reunião, foi decidido que haverá um ato público em frente ao escritório do Banco Central, na Avenida Paulista, no dia 19 de julho, a partir das 10h, contra os juros altos. A data marca o início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No dia 26 de julho, haverá nova mobilização no Espaço Hakka, no bairro da Liberdade, em São Paulo, onde acontecerá o lançamento de um documento com as principais bandeiras de luta do movimento sindical.
Fonte: CSB