Falta de costureiras causa queda na produção da indústria têxtil
Hoje existem 50 mil vagas abertas, segundo o setor. A dificuldade deixa fábricas com as máquinas paradas e produção abaixo da capacidade.
Está faltando costureira no mercado. Os salários não animam – e o resultado é a queda na produção da indústria têxtil.
Dona Izabel Carneiro Leal costura para fora há quatro décadas. Hoje, aos 71 anos, ela nem pensa em parar. O que não falta é encomenda. “Muita roupa, fantasias de balé. Até dezembro está lotado”, conta.
Profissionais como Dona Izabel são raras no mercado, um problema comum para as indústrias têxteis de todo o país. “As mais velhas estão se aposentando e não se vê interesse nas mais novas em aprender a profissão. O piso salarial dessa categoria está muito baixo”, afirma a gerente de RH Tânia Borgato Leite.
A estimativa do sindicato do setor é de que hoje existam 50 mil vagas abertas para costureiras em todo Brasil, e a dificuldade para preenchê-las tem deixado muitas fábricas com as máquinas paradas e a produção bem abaixo da capacidade.
“Eu consigo só produzir mil peças por dia, mas se eu tivesse mais funcionários poderia produzir três mil peças”, diz a empresária Carmem Luiza da Costa.
Em outra fábrica de roupas infantis há vagas abertas para costureiras desde o início do ano. “Se aparecessem 200 costureiras começariam a trabalhar de imediato”, afirma o gerente de produção Jorge Cândido de Oliveira.
Quando surgem candidatas, elas não estão preparadas para operar máquinas modernas e computadorizadas. Para dar conta da tecnologia, muitas costureiras voltam para a sala de aula dispostas a aprender a função novamente.
No ano passado, só no Senai, 108 mil pessoas se aperfeiçoaram para os setores têxtil e vestuário. “Sem um curso profissionalizante eles não estavam dando oportunidade, então eu quis me qualificar para entrar no mercado de trabalho nessa área de costura”, afirma a aluna Noemi Helena Lopes.
Fonte: Bom dia Brasil em 24/05/13